Emagrecimento e Obesidade: Por Que Não Existe Receita de Bolo
- Instituto Dr. Andrés Varona
- 7 de jun.
- 3 min de leitura
Quando falamos em emagrecer, é comum surgir a dúvida: "Existe uma receita de bolo para o emagrecimento?" Uma fórmula única, com etapas claras e resultados previsíveis. Mas, na prática, o tratamento da obesidade está longe de ser assim.
O Dr. Andrés Varona, endocrinologista em Campinas, explica por que cada pessoa precisa de uma abordagem personalizada — e como os fatores que levam ao ganho de peso são complexos e únicos em cada caso.
Cada corpo carrega uma história diferente
Obesidade não é apenas excesso de peso — é uma doença crônica multifatorial, caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura corporal. Isso ocorre quando há um balanço energético positivo, ou seja, a ingestão de calorias é maior do que o gasto.
Mas esse desequilíbrio calórico tem origens diversas: fatores genéticos, uso de medicamentos, questões emocionais, distúrbios hormonais ou até o estilo de vida herdado ao longo da vida.

No consultório, eu costumo dizer que não tratamos apenas o peso. Tratamos a história que levou aquela pessoa até ali — e ela é diferente para cada paciente.
A obesidade é a doença mais negligenciada e estigmatizada
Mesmo com todo o avanço da medicina, a obesidade ainda é uma das doenças mais estigmatizadas. Para se ter uma ideia, apenas 2% da população obesa nos Estados Unidos recebe tratamento adequado, apesar de o país liderar os índices mundiais de obesidade.
E esse preconceito não é recente. Gosto de citar o caso histórico do rei Sancho I da Espanha, no século X, que perdeu a coroa por estar acima do peso. Após um tratamento intensivo e bem-sucedido, ele reconquistou o trono. Isso mostra como o peso corporal sempre foi injustamente associado à competência ou ao valor de uma pessoa.
IMC não conta toda a verdade
Outro ponto importante é entender que o IMC, isoladamente, não define o grau de obesidade. Pacientes com peso aparentemente “normal” podem apresentar percentuais de gordura muito altos e sofrer as mesmas consequências metabólicas de alguém com obesidade grau 1.
Em minha prática clínica, vejo frequentemente mulheres com IMC dentro da faixa de normalidade, mas com mais de 35% de gordura corporal — o que já é um indicativo de obesidade.
Por isso, utilizamos ferramentas como a bioimpedância, que avalia com mais precisão a composição corporal e os riscos associados.
Medicamentos para emagrecer: quando usar?
Existe uma ideia equivocada de que só se deve usar medicamentos em casos extremos. Mas o uso de medicações é indicado de forma segura e eficaz em muitos pacientes:
IMC igual ou superior a 30 (obesidade grau 1)
IMC acima de 27 com presença de comorbidades, como hipertensão, colesterol alto, resistência à insulina ou diabetes
A escolha da medicação é sempre individual. Mesmo dois pacientes com a mesma condição podem reagir de forma completamente diferente ao mesmo remédio. Por isso, a avaliação médica é indispensável.
Por que não existe uma receita de bolo?
Porque cada paciente tem necessidades, metabolismo, rotina e histórico únicos. A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (ABESO) já deixou claro em suas diretrizes: mudanças no estilo de vida são fundamentais, mas muitas vezes não são suficientes.
O tratamento pode (e muitas vezes deve) envolver:
Reeducação alimentar
Exercícios físicos adequados
Terapias medicamentosas
Avaliação de fatores hormonais e emocionais
Acompanhamento médico contínuo
Cuide da sua saúde com um plano pensado para você
Emagrecer de forma saudável e duradoura não acontece com fórmulas prontas. Acontece com escuta, personalização e ciência. Se você está buscando um acompanhamento de verdade, com foco na sua realidade e não em soluções genéricas, eu posso te ajudar.
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